"... uma parada gay com um milhão de pessoas!". Sim, é isso mesmo que você leu!
O meu dia tinha começado meio preguiçoso com algumas torradas de pão de girassol e suco de pêssego (um café da manhã bastante duvidoso para um cardápio brasileiro, ahhahah). Fiquei pela internet até o final da manhã, quando almocei una bela macarronada ao alho e óleo (nham) - e logo fui para a rua.
Meu plano, como já tinha dito ontem, era de fazer passeios típicos de turistas. Pontos turísticos, lugares com alguma fama, algum parque diferente, ou visitar algum monumento único no mundo - os quais Berlin tem aos montes. Peguei o metrô (U-Bahn, em alemão) e saltei na Potsdamer Platz. Esse lugar, aliás, é a meca da arquitetura e tecnologia na cidade, contrastando com seu passado: aqui foi um dos lugares mais destruídos durante a II GM. O que antes era a parte nobre da Berlin Oriental (leia-se
decadente), hoje é referência em lazer e modernidade. Lá fica o
Sony Center - um oásis de vidros, tecnologia, arquitetura e história - que era o meu destino.
Desci na parada da Potsdamer Platz e fui subindo as escadas de maneira despreocupada. Tinha notado que o movimento era grande, mas achei comum devido ao grande número de turistas em Berlin na época do verão.
Ao sair da estação e virar a esquina, me deparei com uma multidão enorme de pessoas. Muita gente aglomerada ao longo da via principal, era impossível passar indiferente àquilo. "Que diabos está acontecendo?", pensei. Fui checar, chegando perto e me embreando no meio dos curiosos. Do outro lado da muralha de gente, homens e mulheres desfilavam de tangas e sutiãs (não necessariamente nessa mesma ordem). Sim. É isso mesmo, ahahaha. Não vou me alongar muito na estória: era uma parada gay e lésbica, com um milhão de pessoas e surgida do meio do nada, com os elementos mais "exóticos" que jamais pensei existir no planeta. Apesar de me parecer bizarro, a coisa era muito engraçada - e mesmo os heteros traziam os filhos (que ficavam brincando ali por perto, rindo das fantasias malucas dos desfilantes). É como se fosse um carnaval meio tosco, com todo o exibicionismo e bizarrice que vocês puderem supor que a europa pode oferecer. Apesar disso, as famílias alemãs veem isso sem qualquer preconceito - e até acham comum. Daí, sem preconceitos e sem muitos outros planos, fiquei ali tirando fotos das coisas mais "bizonhas" que passavam ali por perto, hahahah.
Bloco das "Amantes da Madonna": 100% Lesbisch
Com o fim da parada, consegui atravessar a rua e chegar finalmente no Sony Center. Um lugar realmente mto bonito. Ali por perto, sentei num café e passei mais alguns minutos. Enquanto começava a cair uma chuva fina de verão, aproveitei um macchiato (o nosso famoso"pingado", hahaha).
Um dos ângulos do Sony Center: telhado em espiral de vidro e aço
Sobre o estágio: tudo certo para minhas reuniões da segunda-feira. Às 10 da manhã no escritório de rel. exteriores da Humboldt-Universität (para tratar da moradia definitiva e recebimento da bolsa do DAAD) e a outra logo após com o meu chefe direto no campus agrário da HU. Fiquei sabendo que ele, Herr Böhme, viajará em congresso entre os dias 1 e 12 de julho - nas minhas primeiras semanas de estágio. Vamos ver o que é que ele reserva para mim nesse tutoramento remoto, heheheh.
Ps: A Air France encontrou minhas malas e me mandou um cara as 10 da matina com elas. O infeliz subiu 2 lances de escada gigantes com os 32kg de bagagem, chegando cansadaço à minha porta. "Amigo", disse eu, "temos elevador" - e apontei para uma porta de aço escovado. "Scheiße!" (m3rd@!), ele falou, se desculpando logo depois. Ahahaha... difícil ver um alemão desabafando assim, ahahah.
Por hoje é só, galera!
Guten Nacht! (boa noite!)